sexta-feira, 21 de junho de 2013

Quem tem razão sobre a Copa: ela ou eles?

Um vídeo contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, postado pela brasileira Carla Dauden, radicada nos Estados Unidos, viralizou nos últimos dias, como consequência dos protestos que se espalham pelo País contra os gastos para a organização do evento. 

Residente nos Estados Unidos, a brasileira Carla Dauden produziu um vídeo que se espalha como pólvora pela internet. Chamado "No, I'm not going to the World Cup", o vídeo, de certa forma, organiza as ideias daqueles que protestam contra o dinheiro gasto na construção de grandes arenas, como ocorreu ontem no Castelão, em Fortaleza, antes do jogo Brasil e México.

Carla argumenta que, sem hospitais e educação de qualidade, o Brasil não deveria ter como prioridade orçamentária os R$ 30 bilhões direcionados à Copa do Mundo. "Não precisamos de estádios, precisamos de educação", diz ela. Ela afirma ainda que a maior parte da receita da Copa irá para os cofres da própria Fifa.

Assista o video:



A crítica, assim como as que reverberam pelas ruas, é justa, mas será que esse é mesmo o momento para questionar a Copa?

O Brasil foi escolhido para sediar o mundial do próximo ano em 2007. Ou seja, há seis anos. À época, a escolha da Fifa foi muito celebrada por aqui, apesar dos receios, que acabaram se revelando justos, de que muito do que se imaginava que a Copa poderia agregar ao País, como um melhor sistema de transporte, não ocorresse. 

O fato é, contudo, que o Brasil topou a empreitada e, ao ganhar o direito de sediar a competição, passou a ter compromissos.

Como lembrou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, nesta semana, antes de partir para a Turquia, "o Brasil pediu essa Copa do Mundo". Ele acrescentou: "Nós não impusemos ao Brasil esta Copa do Mundo. Eles sabiam que para ter uma boa Copa do Mundo naturalmente teriam que construir estádios. Mas nós dizemos que não é apenas para a Copa do Mundo. Junto com os estádios há outras construções: rodovias, hoteis, aeroportos... São itens do legado para o futuro. Não é apenas para a Copa do Mundo".

Por mais impertinente que tenha sido o comentário do dirigente, ele não falou mentiras. É compreensível a implicância de grande parte dos brasileiros com a Copa do Mundo de 2014 diante da incompetência dos governos federal, estaduais e municipais para traduzir a preparação para o maior evento esportivo do mundo em benefícios à população, como se prometeu. 

Mas, agora que o evento já começou, com o evento preparatório, de que adianta impedir que a Copa das Confederações ou a Copa do Mundo de 2014 ocorram? Se a forte mobilização tivesse ocorrido ao longo dos últimos seis anos, talvez não houvesse tanto sobre o que reclamar agora.

com Brasil 247

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