quarta-feira, 17 de julho de 2013

PT é acusado de camuflar pergunta de plebiscito e tem de mudar texto.

Cada vez mais isolado na tentativa de ressuscitar a proposta do plebiscito sobre reforma política em 2013, o PT apresentou aos raros aliados com os quais ainda negocia uma sugestão de perguntas camuflando bandeiras do partido, como financiamento público de campanha e voto em lista fechada. 

A iniciativa foi logo rechaçada por PC do B, PDT e PSB e os petistas recuaram. Será criada nova versão do texto, incluindo apenas temas, repetindo a tática do Executivo quando mandou ao Congresso a proposta de plebiscito.

A proposta original do PT tinha já na primeira pergunta uma inversão da lógica de discussão sobre o uso de dinheiro público para bancar campanhas. O PT propôs: “Você concorda que empresas façam doações para campanhas eleitorais?” 

Aliados reagiram, vendo na sugestão uma tentativa de induzir o eleitor a optar pelo financiamento público. 

A forma como o PT propunha o debate sobre sistema de votação para deputados e vereadores também ocultava a intenção original A ideia era perguntar ao eleitor qual sistema ele prefere entre “proporcional”, “distrital”, “misto” ou “majoritário”. 

Alista fechada, defendida pelo PT, ocorreria dentro do sistema proporcional, mas neste mesmo modelo pode ser feita a lista aberta, como é o sistema atual.

O PT queria ainda perguntar se o eleitor concordava com infidelidade partidária, com reserva de 1/3 das vagas no Legislativo para mulheres e com a participação popular na sugestão de projetos ao Congresso.

Mal-estar 

A proposta tinha a assinatura do líder da bancada, José Guimarães (CE). Ele mesmo admitiu o mal-estar e sugeriu a retirada dos itens polêmicos. Na nova proposta enviada na tarde de ontem aos líderes, o PT propunha o plebiscito para discutir os temas financiamento de campanha, sistema eleitoral, iniciativa popular e coincidência de eleições. 

O partido evitou fazer perguntas. Para conseguir apresentar a proposta de plebiscito, é preciso ter o apoio de 171 deputados e, para colocá-la em vigor, é necessária a adesão da maioria da Câmara (257 votos a favor) e do Senado (41 votos).


Estadão

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