quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Carlos Brickmann
Centenas e centenas de milhares de pessoas das mais diversas tendências se manifestaram contra tudo isso que está aí. E obtiveram os seguintes resultados:

1 – O Governo Federal, pressionado, teve de liberar muito mais dinheiro público para as emendas parlamentares. Nos sete meses anteriores, as propostas de interesse direto de Suas Excelências mereceram R$ 1,4 bilhão do Tesouro. Nos primeiros nove dias de agosto, as liberações alcançaram R$ 1,2 bilhão.

2 – O prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, desandou a pintar faixas no chão e a chamá-las de “faixas exclusivas de ônibus”. Paralisou a cidade.

3 – O presidente do Senado, Renan Calheiros, colocou em votação alguns projetos que criam dificuldades à Presidência da República – por exemplo, derrubada da multa de 10% sobre o FGTS em demissões sem justa causa e orçamento impositivo, obrigando o Governo a executar o que o Congresso determinou. Mas, depois de conversar com Dilma, disse que a pauta pode ser alterada. E de que depende a mudança? Renan foi absolutamente claro: “de negociação”.

4 – O Governo tucano paulista, enfrentando o escândalo do Metrô e dos trens denunciado pela Siemens, reagiu exatamente do mesmo jeito que os petistas acusados em outros casos: disse que há escândalos também fora de São Paulo. E, enquanto não denunciarem todos, os casos paulistas não devem ser investigados?

A voz do povo é um pilar da democracia. Mas é preciso evitar que o ruído das ruas encubra o crescimento silencioso da incompetência e da corrupção.


Os novos amigos

Dilma, para não perder posição nas pesquisas, virou amiga de infância do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, e é toda amável com Renan Calheiros. O blogueiro Josias de Souza ouviu “de uma cascavel do PP” a seguinte análise sobre as novas amizades federais: “O apreço da Dilma pelo Renan ficou claro no dia em que ela tentou fazer do Edison Lobão presidente do Senado. Quanto ao Eduardo Cunha, ela não queria vê-lo nem pintado de ouro. Os dois pediam mais diálogo. E ela insinuava que precisavam era de interrogatório. De repente, viraram os três mosqueteiros. Dizem que é altruísmo. Tudo pelo Brasil. Isso costuma dar em CPI.”


Velhos tempos…

Como dizia Fausto Silva, este colunista é do tempo em que Polícia impedia a invasão de prédios públicos. Polícia invadir a Câmara dos Deputados, mesmo para apresentar reivindicações justas, é novidade.

Gente fardada e armada invadir o Congresso para constranger parlamentares eleitos era só na época da ditadura.


…velhos dias

Este colunista é do tempo, também, em que sessão do Supremo era aguardada por quem queria apreciar a inteligência dos ministros, aprender com sua sabedoria e assistir à ação da Justiça. É estranho esperar reunião do Supremo, como a de hoje, para ver se alguém bate em alguém.

Surpreenda-se: STF não era UFC.

Carlos Brickmann - Jornalista e consultor de comunicação.

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