sábado, 31 de agosto de 2013

Janot defende o julgamento do mensalão mineiro.

Janot/Valério/Azeredo
Por 22 votos a dois, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a indicação de Rodrigo Janot para comandar a Procuradoria Geral da República em substituição a Roberto Gurgel. 

Na sabatina, ele defendeu que o mensalão mineiro tenha o mesmo tratamento dado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao mensalão do PT. 

Ele endossou a contratação de médicos cubanos pelo governo e avisou que o senador boliviano Roger Pinto Molina pode ser processado no Brasil.

O nome de Janot deve ser confirmado pelo plenário do Senado na próxima quarta-feira. Ele foi indicado para o cargo pela presidente Dilma Rousseff após encabeçar uma lista tríplice do MPF.

Na sabatina, falando sobre o mensalão mineiro, Janot disse que o MPF deve investigar fatos sem fazer qualquer tipo de discriminação em relação aos alvos:

- O tratamento tem que ser isonômico. O pau que dá em Francisco é o mesmo que dá em Chico.

O subprocurador fez esse comentário em resposta às perguntas dos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Aécio Neves (PSDB-MG). Costa questionou a demora na tramitação do mensalão mineiro, que tem como um dos principais alvos o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG). 

Aécio quis saber se o MPF deve definir prioridades com base no perfil dos investigados ou na gravidade das acusações.

Janot evitou fazer análise específicas sobre os dois processos, mas defendeu que as investigações tenham o mesmo tratamento. Para ele, promotores não podem levar em conta "a beleza ou a feiura" do investigado. 

No discurso, Janot criticou duramente a corrupção e voltou a defender o diálogo entre o MPF e outras instituições. Para ele, o Ministério Público não pode se comportar como uma ilha.

- A corrupção representa um fator de atraso social e econômico, sendo grande o ralo por onde se esvaem recursos públicos - afirmou.

Janot disse ainda que a permanência de Roger Molina no Brasil não lhe garante imunidade contra as denúncias de corrupção de que têm sido alvo na Bolívia. Tratados internacionais assinados pelo governo brasileiro permitiriam investigações contra Molina no Brasil.

- O Brasil tem tratados que obrigam a punição de crimes de corrupção. Ele (Molina) pode ser levado às barras da Justiça brasileira - lembrou.

O Globo

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