O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Marco Feliciano (PSC-SP), conseguiu nesta quarta-feira (3) aprovar um requerimento para restringir o acesso ao público nas próximas reuniões do colegiado.
Feliciano disse que "está sangrando" com a medida, mas precisa "trabalhar e mostrar ao Brasil a cara da comissão". O fechamento das próximas reuniões foi aprovado com voto de aliados de Feliciano.
O pastor disse que a medida tem previsão regimental. Ele não deu um prazo para que as sessões voltem a ser abertas, mas afirmou que "não será para sempre".
"Não há ninguém que lamente mais do que eu [o fechamento]. Estou sangrando", afirmou.
O deputado pastor Eurico (PSB-PE) fez uma intervenção apoiando a ideia. "Estamos sendo vitimados por um movimento antidemocrático. Estamos sendo retaliados porque defendemos sua permanência. Somos a favor que a sociedade esteja presente, mas não para fazer os absurdos que vimos aqui", afirmou.
A medida é para evitar a série de protestos que pedem a saída de Feliciano do cargo há mais de 20 dias que o acusam de racismo e homofobia.
LÍDERES
Feliciano confirmou hoje que irá ao encontro com os líderes da Casa na próxima terça-feira. Os líderes devem fazer um apelo para que ele deixe o cargo. Pelo regimento, ele não pode ser destituído do posto. Nos últimos dias, parlamentares entraram com representação contra Feliciano por quebra de decoro parlamentar para forçar sua renúncia.
"Fui convidado para o colégio de líderes e quero ouvi-los", afirmou.
Em entrevista à Folha, Feliciano disse que ainda avaliava se iria a reunião porque ele acredita que os líderes queriam achincalha-lo.
VIAGEM
Sem a presença de manifestantes a favor e contra sua presença, Feliciano fez uma reunião para aprovar requerimentos e conseguiu autorização para viajar à Bolívia para avaliar a situação de 12 corintianos que estão presos pela morte de um jovem durante uma partida de futebol. A viagem deve ser na quarta-feira.
INVESTIGAÇÃO
O presidente da Comissão de Direitos Humanos informou ainda que pediu à Polícia Legislativa para investigar a participação de funcionários da Casa em protestos contra sua manutenção no cargo. Alguns aliados disseram que parlamentares contrários a Feliciano estariam pedindo que servidores participassem dos protestos para inflar as manifestações.
Fonte: UOL
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