terça-feira, 2 de abril de 2013


O Congresso Nacional promulgou na noite desta terça-feira (02), em sessão solene, a EC 72, que estende aos trabalhadores domésticos direitos antes atribuídos apenas a outros trabalhadores, como seguro-desemprego, horas-extras e FGTS.

A emenda é derivada da PEC 478/10, do deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT), aprovada pela Câmara no fim do ano passado e pelo Senado neste mês.

Algumas novas regras entram em vigor com a publicação da emenda, como a carga diária de trabalho de 8 horas; e de 44 horas por semana. Outros direitos, como o pagamento do FGTS, o seguro-desemprego e o auxílio-creche ainda dependem de regulamentação para valer.

Na sessão solene, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, discursou a favor da promulgação da emenda e pediu agilização na regulamentação da matéria.

Resquícios da escravidão

Para o deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT), a conquista dos direitos trabalhistas pelos empregados domésticos marca o fim dos resquícios da “casa grande, dos tempos da escravidão”.

Ele disse não acreditar que a entrada em vigor dos novos direitos cause desemprego ou mais informalidade no setor. “Aconteceu o mesmo quando defendíamos um salário mínimo de 100 dólares. Hoje, o valor está em mais de 300 dólares, e o desemprego não aumentou. Quem quiser uma doméstica terá que pagar todos os direitos trabalhistas. Senão, deverá buscar outras opções”, afirmou.

Conquista sem volta

Segundo o 1º vice-presidente do Congresso e presidente em exercício da Câmara, deputado Andre Vargas (PT/PR), a promulgação da emenda é “uma vitória desse novo Brasil, em que a história é escrita por homens e mulheres, como essas pessoas que cuidam dos nossos filhos e ajudam outros a terem uma carreira”.

Andre Vargas leu mensagem do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, na qual agradece o compromisso de todos os parlamentares em aprovar a proposta e destaca a importância da mudança. “O Brasil evolui em direção à equidade de direitos para quase 7 milhões de pessoas, agora integradas a toda a classe trabalhadora”, afirmou Henrique Alves.

Já o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, afirmou que “a promulgação dessa emenda é um marco, uma conquista e um caminho sem volta na perseguição de uma lei mais justa para essas pessoas”.

Confira quadro com o que muda a partir de agora.*
* Agência Câmara

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