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Ministra Eliana Calmon |
"Precisamos abrir em diversos flancos para falar o que está errado dentro da nossa casa. Faço isso em prol dos magistrados sérios, decentes, que não podem ser confundidos com meia dúzia de vagabundos que estão infiltrados na magistratura."
Ao longo da audiência, a corregedora vez diversas críticas à atuação de juízes. Disse que o Poder Judiciário vive hoje uma "crise ética" e atacou desembargadores que não são alvo de investigações por serem "malandros" e conquistarem a simpatia de magistrados.
"É dificílimo um tribunal julgar desembargador. Se ele tem a simpatia do colegiado, e os malandros são sempre extremamente simpáticos, o tribunal não tem poderes para julgar. Eu não tenho medo dos maus juízes, mas do silêncio dos bons juízes que se calam na hora do julgamento."
Calmon foi ao Senado defender a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que formaliza os poderes do conselho de investigar e punir juízes. A corregedora defende incluir na proposta a competência para o CNJ investigar desembargadores e também se mostrou favorável à possibilidade do conselho quebrar sigilos de juízes investigados --sem que isso seja incluído no texto da PEC.
"No momento em que ficar delimitada a competência do CNJ para manusear provas produzidas por outrem, como investigações policiais ou em juízo tributário, o poder de quebra de sigilo virá por consequência."
Apesar de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter reconhecido os poderes do CNJ, a corregedora disse que as funções do órgão devem estar explicitadas na legislação.
"Se trata de decisão [do STF] por maioria bastante reduzida e, mais ainda, na medida em que esta competência pode ser questionada em instrumento que é de iniciativa do próprio STF que é a lei orgânica da magistratura", afirmou.
Numa defesa da atuação do conselho, Calmon disse que as corregedorias dos tribunais estaduais estão "absolutamente despreparadas" para investigar os magistrados. "O grande papel de disciplina é feito pelas corregedorias locais. Só que as corregedorias locais estão absolutamente despreparadas para atender a demanda necessária. E também pela cultura que se estabeleceu com o ranço de que temos que nos proteger."
A PEC tramita no Senado desde o ano passado, depois da polêmica que envolveu a corregedora, cujo trabalho vem sendo criticado por supostos abusos, principalmente pelas associações representativas da magistratura.
Em resposta às críticas sobre a sua atuação no CNJ, Calmon disse ter consciência de que encontraria "grandes dificuldades". Mas negou que o conselho trabalhe com o objetivo de perseguir ou prejulgar autoridades do Judiciário.
"Não é a Corregedoria que julga os magistrados. A Corregedoria inicia esse procedimento a partir do recebimento de reclamações, providências e representações. O caminho é longo e não há a mínima preocupação de dizer que a Corregedoria ou o CNJ é um tribunal de exceção", afirmou.
Texto Folha.com
3 comentários:
Tai uma mulher admirável, Dra Vereadora, que não compactua com os desmandos e "malandragens", segundo a mesma, dos pares de Toga!Que Deus abençoe a todos.
É uma pena que não existam outras e outros do mesmo quilate da Ministra Eliana Calmon. Que Deus a proteja!
A Constituição, sempre ferida por quem deveria protegê-la, clama para que se cumpra o Artigo que diz; ” Todos são iguais perante a Lei”. Esse tal de Foro Privilegiado só dá aos maus intencionados a força que precisam para andar abaixo da linha moral. A mudança não deve parar por aí; tem mais coisas a serem mudadas; como, por exemplo, o prêmio de aposentadoria aos maus magistrados que cometem ilícitos. Juiz também é servidor público e a faca que corta um deve cortar o outro que também pratica atos ilícitos.
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