terça-feira, 30 de abril de 2013

Crime sem castigo

Bernardo e Daiane
O jogador Bernardo, titular do Vasco da Gama, foi sequestrado e torturado por traficantes no Complexo da Maré, no Rio – e só não foi morto, pelo que disseram dois outros jogadores que assistiram aos espancamentos e choques (e depois se desmentiram), por medo de que a Polícia ocupasse a favela.

Motivo do crime: o caso de Bernardo com Daiane, namorada do traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder da facção criminosa Terceiro Comando Puro. Daiane levou cinco tiros na perna, a sangue frio, como punição por trocar de namorado.

O Menor P esteve preso, por tráfico de drogas, de 2003 a 2007. Como prêmio por seu comportamento no presídio, recebeu o benefício da progressão de pena e passou ao regime semiaberto – trabalharia de dia e ficaria de noite na cadeia. Não trabalhou nem voltou à cadeia; retornou livremente ao crime organizado, em lugar certo e sabido. 

E a Polícia? Oferece R$ 2 mil de recompensa a quem o denunciar. Quem arriscaria sua vida por R$ 2 mil – e ainda sabendo que, por telefone, com hospedagem paga pelo contribuinte, ele continuaria comandando seus traficantes e, graças aos benefícios legais, estaria solto de novo em pouco tempo?

Mas o Menor P é um entre muitos. Lembra do assassínio do cartunista Glauco e de seu filho, há três anos? O matador, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, foi considerado louco e ficou em tratamento. Em três anos, veja só, sarou! A juíza Telma Aparecida Alves disse que ele será solto, embora ela não possa garantir que não voltará a cometer crimes.

E sua segurança, caro leitor? Deixa isso pra lá.

E os outros?

Que faziam na favela os jogadores Wellington, do Fluminense, e Charles, do Palmeiras, tão íntimos do pessoal que assistiram à tortura do colega Bernardo?

Carlos Brickmann - Jornalista

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