Rosalba Ciarlini |
À frente do único Estado governado pelo DEM, Rosalba Ciarlini (RN) se recusou a participar do programa nacional do seu partido, por ser contra as críticas que serão feitas à presidente Dilma.
O programa vai ao ar na primeira semana de junho.
"Foi uma decisão minha de não participar, porque eu tenho tido um bom relacionamento com o governo federal. A presidente tem tido um tratamento realmente republicano", disse à Folha, por telefone.
Leia a seguir trechos da entrevista.
Folha - Como a sra. vê a situação atual e o futuro de seu partido?
Rosalba Ciarlini - Na realidade eu estou tão envolvida com a parte administrativa, com esses problemas imensos aqui no Estado, que eu não tenho nem me ligado muito nessas discussões a nível do partido. Como nós estamos começando um período de movimentações políticas, no momento oportuno, em 2014, é que eu espero fazer alguma avaliação junto com o partido. E, se o partido tiver alguma posição que esteja querendo ser tomada, claro que eu vou debater e colocar a minha posição.
Como é sua relação com a presidente Dilma Rousseff?
Rosalba Ciarlini - É republicana e de muita atenção. A presidente tem me tratado realmente sem nenhuma discriminação. Todos os projetos, os programas, eu tenho tido acesso sem dificuldades. Nós estamos agora com a Copa do Mundo aqui no Estado, projetos aprovados, inclusive as modificações que foram necessárias ser feitas. Eu recebi o projeto do governo passado, discordei de algumas obras, modificamos para melhorar, o custo era até maior, e o governo entendeu essa necessidade. É claro que a gente também não deixa de reclamar quando demora, como quando demorou na seca. Apesar de aprovados, os recursos estavam demorando muito a chegar.
Por que a sra. não quis participar do programa nacional do DEM?
Rosalba Ciarlini - Não quis porque, na realidade, eu acho que precisávamos discutir mais sobre os pontos que estão sendo levantados. Eu estava realmente muito envolvida aqui na questão administrativa e não tive nem tempo nem disponibilidade para fazer.
A sra. queria discutir as críticas ao governo?
Rosalba Ciarlini - Na realidade foi uma decisão minha de não participar, porque eu tenho tido um bom relacionamento com o governo federal. A presidente tem tido um tratamento realmente republicano. Agora, eu faço questão, e disse ao presidente do partido, que quero as inserções a nível estadual para mostrar o trabalho que o DEM vem realizando aqui no Estado.
A sra não teme criar um mal-estar no partido com isso?
Rosalba Ciarlini - Essa foi uma decisão tomada com reflexão, com maturidade. Eu estou preocupada com o meu Estado, com a crise que nós vivemos aqui com a seca, que graças a Deus faz três semanas que chove, mas os prejuízos foram muito grandes.
Mas não acha que pode criar um mal-estar?
Rosalba Ciarlini - Eu estou no partido não é de agora, é de muito tempo. Fui eleita prefeita, senadora, governadora, o partido me conhece, sabe da minha posição, meu trabalho, discordo quando acho que devo, eu tenho as minhas posições, mas sempre com argumentos que eles compreendem. Estamos numa democracia, e cada pessoa tem direito de ter suas opiniões e suas posições, embora, se estamos nesse partido, é porque sabemos da importância que ele tem para o equilíbrio da democracia brasileira.
Como a sra. vê a movimentação de Dilma, Aécio Neves e Eduardo Campos em relação a 2014?
Rosalba Ciarlini - Acho que ainda está muito cedo, tem muita coisa para acontecer. As situações só aparecerão com mais clareza só em 2014. Falar sobre possibilidades é muito arriscado.
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