sexta-feira, 3 de maio de 2013

The Lula Times

"Deu no The New York Times"
Agora que já fizeram todas as piadas, falemos sério: por que o ex-presidente Lula não pode escrever no grupo jornalístico The New York Times? 

Certo, não é ele que vai escrever; mas quando Barack Obama assina um artigo, também não é ele que escreve. É sempre alguém de sua equipe, com tempo para pesquisar cada uma das informações e verificar a possibilidade de ser mal interpretado. 

Tanto Lula quanto Obama, ou Vladimir Putin, ou Nelson Mandela, dizem qual o tema e quais suas ideias; e o redator faz o texto, que depois será aprovado por quem o assina. 

É assim que funciona – menos no caso da presidente Dilma, que faz seus textos de improviso ou o redator não entende o que ela disse, o que dá na mesma.

Lula tem histórias para contar. Pena que certamente evitará as mais interessantes, como aquela que o mantém longe de entrevistas há mais de cinco meses. Como Cartola não chegou a dizer, não são só as Rosas que não falam. 

Lula tem segredos que, se revelados, mudarão a História do Brasil – por exemplo, quando estourou o caso do Mensalão, disse que tinha sido traído. Nunca antes nesse país um presidente teve como contar, em inglês, quem o traiu. 

Será uma surpresa genuína, uma cunha no muro de silêncio dos mensaleiros e de seu boy. Imagine se contar como é que Eike Batista chegou ao fundo do poço e lá não havia petróleo?

Quem reclama da presença de Lula no NYT está é com dor de cotovelo. Todo mundo (este colunista também) adoraria ter recebido um convite como este.

Mas há um sério problema a resolver: como é que se diz “menas” em inglês?

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Até ele viu

Até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a Poliana da economia brasileira, descobriu que a situação está longe de ser cor de rosa: a receita do Governo caiu 0,5%, as despesas subiram 11,5%, os investimentos oficiais ficaram onde estão, pequeninos, o superávit primário, aquele dinheirinho que o Governo economiza para pagar os juros dos empréstimos que financiam sua gastança, caiu 41,5%.

Até Delfim Netto, que hoje consegue ser mais dilmista e lulista do que o companheiro Paulo Maluf, escreveu que a situação fiscal e o equilíbrio das contas externas “apresentam alguns sinais nebulosos cuja evolução exige cuidado”.

Fonte: Carlos Brickmann; jornalista e consultor de comunicação. Diretor da Brickmann & Associados, foi colunista, editor-chefe e editor responsável da Folha da Tarde; diretor de telejornalismo da Rede Bandeirantes; repórter especial, editor de Economia, editor de Internacional da Folha de S. Paulo; secretário de Redação e editor da Revista Visão; repórter especial, editor de Internacional, de Política e de Nacional do Jornal da Tarde.

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