sábado, 8 de junho de 2013

Aécio Neves faz sua primeira promessa: 22 ministérios

Aécio Neves
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) continua afinando seu discurso para enfrentar a presidente Dilma Rousseff em 2014. 

Em entrevista à revista Época, das Organizações Globo, ele reforçou seu discurso na linha do chamado "choque de gestão" e prometeu reduzir para no máximo 22 o número de ministérios. 

Ele também abordou temas como a liberação das drogas leves, manifestando posição contrária, e o casamento de pessoas do mesmo sexo, que defendeu. Confira, abaixo, alguns trechos do depoimento.

Ser ou não ser candidato
Aécio – Tenho disposição. E vou ate aí. Seria avançar muito numa decisão que não é individual, é partidária. Vários podem querer. Cada vez mais me sinto na obrigação de cumprir um papel importante nesse processo, e o partido determinará qual será ele.

Quadro econômico
Aécio – Temos de partir de uma constatação: o governo da presidente Dilma falhou. Falhou na condução da política econômica, na gestão do país e no aprofundamento dos programas nas áreas sociais. A saúde é trágica, a educação é de péssima qualidade e a criminalidade avança sem respostas objetivas do governo. 

O resultado da balança comercial é o pior dos últimos 20 anos, o crescimento é pífio, a inflação está retornando. Esse cenário é de extrema preocupação. O governo se acostumou a terceirizar as responsabilidades, a atribuir as crises a fatores externos. 

Agora, não dá para dizer que os problemas não são causados aqui. A Europa começa a se recuperar, os Estados Unidos começam a se recuperar com maior vigor. Nós, segundo a Cepal, só para falar dos nossos vizinhos, teremos um crescimento maior apenas que a Venezuela – talvez, em solidariedade à Venezuela...

Cartilha do PSDB
Aécio – O governo gasta muito e gasta mal. E, sobretudo, gasta sem prioridades. O que aconteceu? Até 2008, o governo seguiu, de alguma forma, a cartilha do PSDB na economia. Aliás, quando o PT segue a cartilha do PSDB, ele vai bem. Quando o PT resolve inventar seu próprio caminho, o Brasil vai mal.

Mercosul como camisa de força
Aécio – Fortalece-se, em nosso entorno, essa Aliança do Pacífico, e ficamos perdidos no Mercosul – que, de uma boa ideia, passou a ser uma camisa de força. Hoje, o Brasil tem acordos bilaterais com Palestina, Egito e Israel. O Chile tem mais de 30. Está indo embora e ficamos amarrados nessa camisa de força.

Menos ministérios
Aécio – Se o PSDB assumir o governo, e eu tiver um papel nesse processo, não teremos no Brasil mais que 22 ministérios. Hoje, só perdemos para o Sri Lanka no mundo. E que se cuide o Sri Lanka. Se tiver mais um partidinho para entrar no governo ou mais três segundos de TV, podemos chegar lá.

Bolsa Família
Aécio – Os programas sociais têm de ser qualificados, não extintos. O Bolsa Família representa hoje 0,5% do Orçamento. E está enraizado na vida econômica, na vida social do País. Pode ser mantido, mas tem de ser avaliado. 

Essas famílias têm de, pelo menos uma vez ao ano, receber uma visita para saber o que aconteceu com as crianças. Defendo até coisas novas. Uma família em que os pais voltaram a estudar deveria ter um bônus (...) Mas esse pessoal tem de ser estimulado a ir trabalhar. 

Não acho que a única herança que um pai de família queira deixar para seu filho seja um cartão do Bolsa Família.

Cotas raciais
Aécio – Não tenho preconceito contra elas. São inclusivas, num país que tem essa dívida histórica. Mas essa política teria de ser mais bem elaborada. As cotas teriam de mensurar o indicador social, e não apenas o étnico, a cor da pele.

Legalização da maconha
Aécio – O ex-presidente Fernando Henrique tem toda a autoridade moral e intelectual para trazer essa discussão. É formidável que faça isso. Mas não sou a favor dessa tese. O Brasil não pode ser a cobaia disso. Essa é a minha posição e a do partido.

Casamento entre pessoas do mesmo sexo
Aécio – Essa já é uma realidade. Não me oponho em nada.

Aborto
Aécio – Sou a favor da legislação atual, sem mudanças.

Erros do PSDB nas campanhas anteriores
Aécio - Apesar de não ter sido protagonista em nenhum desses momentos, me incluo entre os que aceitaram que abríssemos mão de parcela de nossa história. Foi um erro. Um erro que temos que assumir com muita clareza e tentar minimizar nas eleições futuras.

Privatizações
Aécio - As privatizações trouxeram benefícios extraordinários para o Brasil. As privatizações do setor mineral e siderúrgico, da telefonia, da Embraer. Elas foram essenciais para o Brasil. Quero que venham para o debate sobre esse assunto, não temos medo do debate.

Legado de FHC
Aécio - Pesquisas mostram que quase metade da população acha que quem fez o Plano Real foi o Lula. Portanto, temos de resgatar esse legado. Se o Brasil está melhor hoje, é em grande parte pelo que foi feito lá atrás. Não faço isso por um motivo eleitoral, faço porque é verdade.

Resposta ao ser perguntado sobre se usa ônibus ou serviços de saúde pública
Aécio - Não, não uso (...) Olha, não faço demagogia. Sou de uma família de classe média, estudei e vivo da mesma forma que sempre vivi. Para muita gente do PT, o poder significou apenas ascensão social. Para nós, do PSDB, isso não aconteceu.

BRASIL 247

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