quinta-feira, 27 de junho de 2013

Após protestos contra 'cura gay', PSDB divulga nota para se descolar do projeto

Após o projeto conhecido como "cura gay" virar alvo dos protestos que tomam as ruas do país, o PSDB divulgou nesta quarta-feira (26) uma nota se descolando do polêmico projeto, em tramitação na Câmara dos Deputados, que permite a psicólogos oferecer tratamento a homossexualidade. O documento afirma que a medida é um "retrocesso".

A proposta é de autoria do deputado tucano João Campos (GO) e foi aprovado na semana passada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara sob o comando do deputado Marco Feliciano (PSC-SP). 

O receio dos tucanos é que a legenda seja responsabilizada pela proposta e isso seja explorado eleitoralmente.

Nas últimas semanas, o projeto e a saída de Feliciano --que depende de renúncia dele-- estão entre as principais reivindicações das manifestações que tomam as ruas de vários Estados.

Segundo a nota, o PSDB "entende que a proposta, conhecida como "Cura Gay", representa grave retrocesso nos avanços ocorridos no país para reconhecimento pleno dos direitos humanos". 

Os tucanos afirmam ainda que a medida contraria resoluções do Conselho Federal de Psicologia e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que, desde 1999, rejeitam a classificação da homossexualidade como doença ou desordem psíquica.

Na terça-feira, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) vai reunir os líderes para decidir se o projeto será levado diretamente para votação em plenário, sem passar pelas comissões de Seguridade Social e Constituição e Justiça. A ideia seria arquivar o projeto que divide religiosos e ativistas.

A manobra pode esbarrar em líderes ligados às bancadas evangélicas. Feliciano procurou colegas pedindo para que o texto não seja discutido diretamente no plenário. Se houver entendimento, a proposta poderia ser votada na quarta-feira.

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