sexta-feira, 21 de junho de 2013

As redes sociais sepultaram a velha política desde a Primavera Árabe, em 2010, mas os políticos não perceberam

Numa velocidade espantosa, o mundo mudou e continua em meteórica mutação, movido pelo tempo real da internet e das redes sociais, que desempenharam papel fundamental nos recentes movimentos contra a ditadura nos países árabes. 

A propagação da Primavera Árabe, que começou em 2010 na Tunísia, para todo o Norte da África e Oriente Médio. não teria sido a mesma sem os recursos da internet.

Lembrem-se que tudo começou em dezembro de 2010, quando um jovem tunisiano, Mohamed Bouazizi, impedido de trabalhar como camelô, ateou fogo ao próprio corpo como forma de manifestação contra as condições de vida no país. 

Ele não sabia, mas o ato desesperado, que terminou com a própria vida, daria consequência à queda do ditador Zine Bem Ali e ao movimento da Primavera Árabe.

Agora, são as redes sociais que organizam, convocam e promovem as manifestações populares que estão despertando a consciência cívica do país em relação ao baixo nível de sua classe política e apodrecimento dos Três Poderes.

MUDA TUDO

Recente pesquisa Datafolha mostra que as chamadas Redes Sociais já se tornaram a mais influentes instituição do país, com a Imprensa em segundo lugar e a Igreja Católica em terceiro, seguida bem de perto pela Igreja Universal, vejam o crescente poder dos evangélicos, cujas seitas, somadas, já são mais importantes do que a Igreja Católica.

Essa nova configuração muda tudo, tira o poder das mãos das autoridades. Parece um sinal dos tempos, em que a política tradicional sai fora de seu eixo. 

Os movimentos das redes sociais não cultivam ideologia alguma. São apartidários, pela própria natureza. 

E reclamam de tudo, principalmente dos problemas dos transportes; da corrupção das elites; das más condições de vida; da injustiça social, da gastança com as obras da Copa e por aí a fora.

A mensagem parece clara: ou as autoridades dos Três Poderes moralizam sua atuação e passam a trabalhar em consonância com o interesse público, ou o processo vai se radicalizar, sem que ninguém possa saber aonde chegaremos.

Não podemos seguir tentando que a miséria absoluta e a riqueza total convivam em harmonia. Isso jamais acontecerá. Já dissemos aqui que o País tem de caminhar para um tipo de sociedade em que a força de trabalho seja mais valorizada. 

Não pode existir diferença abissal entre o maior salário e o menor salário, é preciso haver uma maior aproximação.

Nesse tipo de sociedade que estamos criando, os jovens sempre terão fortíssimos motivos para se rebelar. Essa geração que está no poder, na qual me incluo, é mesmo um fracasso.

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