terça-feira, 11 de junho de 2013

Avanço para o passado

Em quatro capitais, São Paulo, Rio, Goiânia e Natal, houve manifestações e tumultos contra o aumento das tarifas de transporte público. 

Em São Paulo, vândalos misturados a militantes de partidos radicais puseram fogo em bancas de jornais na Avenida Paulista, que dá acesso, entre outros equipamentos urbanos, a nove hospitais, e ficou interditada por algumas horas; quebraram lixeiras, depredaram estações de Metrô, chutaram carros de quem nada tinha com isso, invadiram um shopping. 

A tropa de choque dissolveu o tumulto com gás lacrimogêneo.

Há alguns fatos curiosos a examinar. O primeiro é que Movimento Passe Livre, que organizou a manifestação, foi criado pelo Fórum Social Mundial, onde se reúnem bolivarianos de várias partes do mundo por conta do nosso dinheiro, canalizado pelo Governo gaúcho. 

O segundo é que a tropa de choque paulista estava nas ruas na véspera da manifestação. Aparentemente, sabia de tudo, e apenas esperava a oportunidade de, bem postada, dissolver o eventual tumulto.

O fato é que há vários indícios de crise, muitos com origem na ação ou inação do Governo Federal. Há dois anos, ninguém, exceto meia dúzia de saudosistas, pensava em militares. 

Hoje, com a ação nem sempre equânime das comissões da verdade, há em organização até um Partido Militar, e antigos torturadores voltam a ser ouvidos – por poucos, sim, mas que buscam articular-se. 

A inflação ficou livre por muito tempo, o crescimento é baixo, a dívida das famílias é alta.

Para o clima tornar-se explosivo, faltava a baderna. Não falta mais.

Carlos Brickmann 

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