Em quatro capitais, São Paulo, Rio, Goiânia e Natal, houve manifestações e tumultos contra o aumento das tarifas de transporte público.
Em São Paulo, vândalos misturados a militantes de partidos radicais puseram fogo em bancas de jornais na Avenida Paulista, que dá acesso, entre outros equipamentos urbanos, a nove hospitais, e ficou interditada por algumas horas; quebraram lixeiras, depredaram estações de Metrô, chutaram carros de quem nada tinha com isso, invadiram um shopping.
A tropa de choque dissolveu o tumulto com gás lacrimogêneo.
Há alguns fatos curiosos a examinar. O primeiro é que Movimento Passe Livre, que organizou a manifestação, foi criado pelo Fórum Social Mundial, onde se reúnem bolivarianos de várias partes do mundo por conta do nosso dinheiro, canalizado pelo Governo gaúcho.
O segundo é que a tropa de choque paulista estava nas ruas na véspera da manifestação. Aparentemente, sabia de tudo, e apenas esperava a oportunidade de, bem postada, dissolver o eventual tumulto.
O fato é que há vários indícios de crise, muitos com origem na ação ou inação do Governo Federal. Há dois anos, ninguém, exceto meia dúzia de saudosistas, pensava em militares.
Hoje, com a ação nem sempre equânime das comissões da verdade, há em organização até um Partido Militar, e antigos torturadores voltam a ser ouvidos – por poucos, sim, mas que buscam articular-se.
A inflação ficou livre por muito tempo, o crescimento é baixo, a dívida das famílias é alta.
Para o clima tornar-se explosivo, faltava a baderna. Não falta mais.
Carlos Brickmann
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