Evanderly Lima (centro) foi capturado na manhã desta segunda-feira: assassinato de juíza |
Policiais militares capturaram, ontem pela manhã, o enfermeiro Evanderly de Oliveira Lima, de 44 anos, acusado de matar a tiros a juíza Glauciane Chaves de Melo, 42, no Fórum de Alto Taquari (479 km ao Sul se Cuiabá), na última sexta-feira (7).
O suspeito estava escondido em uma região de mata a cerca de 15 quilômetros do município e está sendo conduzido ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), onde será interrogado pelo delegado João Ferreira Borges.
Borges afirmou que o enfermeiro será autuado por homicídio qualificado - motivo torpe e sem direito de defesa da vítima. A juíza foi morta com dois tiros na nuca. Buscas
Cerca de 100 policiais civis e militares atuavam nas buscas pelo suspeito. De acordo com o delegado, todas as fazendas localizadas na região do Araguaia estavam sendo vistoriadas pela Polícia Civil, enquanto a Polícia Militar atuava no cerco da região de mata onde o suspeito poderia ter se escondido.
Policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, também foram à região para reforçar as buscas nesta semana.
Além disso, fotos do suspeito foram espalhadas nas rodoviárias da região.
Inquérito
O delegado afirmou que aguarda apenas a conclusão dos laudos periciais para encerrar o inquérito, o que pode ocorrer ainda esta semana.
Acusado estava escondido na mataAparecido Marden /Alto Taquari em Pauta |
A polícia trabalha com a hipótese de crime passional, uma vez que o enfermeiro não teria aceitado o fim de seu relacionamento com a juíza.
Borges afirmou que o crime pegou a todos de surpresa, uma vez que os amigos e as testemunhas ouvidas ao longo das investigações afirmaram que se tratava de uma separação amigável e que a magistrada nunca havia proibido a entrada do ex-marido no Fórum.
“Todos pensavam que se tratava de um rompimento bem aceito entre os dois lados. Nem a polícia nem o judiciário possuía informações do contrário, razão pela qual ele tinha livre acesso ao gabinete da juíza”, explicou.
Interrogatório
Levado ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do município para ser interrogado pelo delegado da Polícia Civil, Arnaldo Agostinho Sottani, Lima permaneceu calado e se reservou ao direito de falar somente em juízo.
Segundo Sottani, a reconstituição de local do crime foi feita e, durante o trabalho, o enfermeiro contou informalmente detalhes de como cometeu o assassinato.
O criminoso afirmou que foi ao Fórum apenas para conversar com a ex-mulher, pois não aceitava o fim do relacionamento e queria dar uma nova chance ao casamento. Evanderly estava armado com um revólver calibre 38 e contou que estava saindo do gabinete quando a juíza seguiu atrás dele.
Nesse momento, ele efetuou os dois disparos na nuca da magistrada, jogou a arma no canteiro do Fórum e que não se lembra de mais nada do que ocorreu em seguida.
“Ao que tudo indica ele sacou a arma e a juíza foi se esconder atrás da mesa, porque o corpo da magistrada foi encontrado próximo a mesa de trabalho. Mas isso será melhor explicado ela perícia”, afirmou.
O enfermeiro afirmou, ainda, fora do interrogatório, que pensou em se entregar, mas tinha medo de morrer devido ao cerco policial.
Preparado
De acordo com o delegado, Lima foi Bombeiro Militar em Contagem (MG) – sua cidade natal – e tem curso de socorrista e treinamento de sobrevivência na mata, razões pela qual tinha condições de permanecer escondido por todos esses dias.
Durante três dias, o acusado se escondeu na mata, utilizando-se de roupa camuflada, e capim seco para se encobrir durante o dia e andando à noite para não ser localizado pelos policiais que faziam o cerco.
Ao ser encontrado, ele aparentava estar exausto, dizia sentir câimbras e afirmava estar arrependido do crime que havia cometido, sendo motivado apenas pelo ciúme.
O crime
A juíza Glauciane Melo, 42, foi assassinada com dois tiros na nuca, dentro de seu gabinete, no fórum municipa.
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