sábado, 22 de junho de 2013

Esquerda x Direita na avenida Paulista; MPL denuncia “ares fascistas” em SP

A marcha em São Paulo, nesta quinta-feira (20/06), foi convocada pelo MPL (Movimento Passe Livre), para comemorar a vitória obtida – com a redução nas tarifas de ônibus e metrô. Era pra ser uma festa. 

Virou mais um sintoma preocupante do avanço da extrema-direita nas ruas. É o que mostra a foto acima (Portal Terra): um manifestante morde a bandeira do PT. 

Outras bandeiras foram queimadas. Nenhuma era de partidos de direita, como PSDB ou DEM. Não. O ódio “anti-partido” tem um sentido muito claro. 

Eu estava lá. Vi de perto. Como já acontecera em outras manifestações nas últimas duas semanas, grupos organizados – e que se dizem “apartidários” (o que, aliás, é um direito de qualquer cidadão) – tentaram impedir que os partidos políticos e as organizações sociais eguessem suas bandeiras na avenida Paulista. 

Agrediram militantes do PSTU, xingaram a turma do PSOL e ameaçaram a militância do PT. Na minha frente, um homem com capacete de motoqueiro e jaqueta de couro tentou bater numa senhora com mais de 60 anos, que carregava uma bandeira vermelha. “O PT não vai sair desse quarteirão, não vamos deixar o PT pisar aqui, é a nossa avenida”, ele gritava descontrolado.

Mas o motoqueiro selvagem foi afastado a pontapés. E o PT marchou. Não eram muitos os petistas. Mas estavam lá, num gesto simbólico de que o partido precisa voltar para a rua. Será que aquele era o momento? Daquele jeito? Naquele cenário? Temo que não tenha sido uma boa idéia.

Acho que há bons motivos – sempre – para criticar os partidos. Faz parte da Democracia. O PT, especialmente, pode ser criticado por ter cedido demais aos “acertos de gabinete”. 

Mas querer impedir – na marra – que partidos e organizações sociais participem de um ato público não tem outro nome: fascismo. No Portal Terra, leio: “MPL deixa ato e diz que direita quer dar ares fascista a protestos”.


Allende, depois de uma passeata de jovens apartidários
no Chile (foto e legenda retirados do Conversa Afiada)

Blog Escrivinhador/Rodrigo Vianna

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