sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Bronca de guerrilheira faz ministra chorar em reunião

Numa reunião tensa que durou seis horas na Terça-feira, a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário, chorou duas vezes diante de críticas e depoimentos de familiares das vítimas do Araguaia (TO).

O momento mais delicado foi quando Rosário não se segurou ao ouvir da ex-guerrilheira Criméia Almeida que ‘nada presta’ e que está ‘tudo ruim’ na Comissão de Mortos e Desaparecidos, relatam testemunhas, trabalho coordenado pela SDH.

No encontro foi exposto o racha entre os familiares das vítimas, após a inédita votação verbal sobre os rumos dos trabalhos. Por 12 a 6, vão continuar as buscas por 45 desaparecidos na região do Araguaia durante o regime militar. Eram 47 – desde o início das buscas, duas ossadas foram encontradas.

Enquanto a maioria quer encontrar as possíveis ossadas, integrantes do grupo Tortura Nunca Mais pregam o fim das buscas. A despeito do desencontro, uma sentença da Justiça Federal prevê indenização de R$ 25 milhões para cada familiar – valores de hoje.

A sentença de 2006, em 1ª instância, da juíza Solange Salgado, determina a continuidade das buscas ou a indenização para cada família em R$ 10 mil/dia, com pagamentos retroativos.

O grupo que luta por interromper as buscas levanta um argumento patriótico: o governo já teria gastado demais com os trabalhos. “Emocionalmente, não quero que se gaste mais recursos públicos para procurar meus irmãos”, argumentou Laura Petit, que tem dois irmãos desaparecidos.

Representantes de seis famílias manifestaram-se pela interrupção das buscas e pelo consequente fim do processo – Vitória Grabois, Elizabeth Silveira, Criméia Almeida, Laura Petit, Lorena Barroso e Sônia Maria de Souza.

Lideradas por Diva Santana, representante oficial das famílias na Comissão dos Mortos e Desaparecidos, 12 familiares preferem que o Estado continue buscando respostas.

Segundo a SDH, a reunião debateu ‘Balanço das Atividades’, ‘Pedido de oitiva de militares que participaram da guerrilha’ e ‘Retorno das atividades de busca’. A assessoria não comentou o fato de a ministra ter se emocionado. Criméia Almeida não foi encontrada no telefone de contato.

Blog Coluna Esplanada

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