domingo, 18 de agosto de 2013

Datafolha derrubou Aécio e reanimou José Serra

José Serra/Aécio Neves
A divulgação da mais recente pesquisa do Datafolha apontando uma reação de cinco pontos pela presidente Dilma Rousseff em matéria de sucessão de 2014 (atingiu 35% das intenções de voto) e uma descida de quatro degraus de Aécio Neves, recuando de 17 para 13% contribuiu para reanimar a vontade de José Serra tentar mais uma vez sua candidatura à presidência da República. 

Tanto assim que, segundo reportagem publicada sexta-feira 16 pela Folha de São Paulo, ele passou a defender a realização de uma prévia no PSDB, ou, se esta falhar, admitir seu ingresso no PPS.

Quanto a esta hipótese, a decisão terá que ser tomada até o início de outubro, um ano antes da sucessão de 2014. A realização da prévia no mesmo espaço de tempo é mais difícil. Teria que ser aprovada e organizada em tempo recorde pelo partido em toas as suas seções regionais. 

A transferência para o PPS, ainda que este partido passe a se chamar Movimento Democrático, é bem mais simples: basta o preenchimento de uma ficha e uma assinatura.

Serra joga com o recuo de Aécio Neves, mas esquece a perspectiva de Marina Silva ingressar no PPS, já que dificilmente conseguirá recolher o número de assinaturas exigido pela Lei e pelo TSE para formar o Rede Sustentável, partido com o qual sonha instituir e através dele concorrer novamente ao Palácio do Planalto. 

Ela está bem no levantamento do Datafolha, ocupando o segundo lugar, à frente de Aécio e Serra, além de também na frente de Eduardo Campos que alcançou apenas 8 pontos. Marina Silva registrou 26% das intenções, resultado suficiente para remeter a disputa ao segundo turno.

SEGUNDO TURNO

Aliás por falar em segundo turno, as três últimas eleições foram decididas na segunda convocação às urnas. Lula derrotou Serra no segundo turno de 2002, reelegeu-se vencendo Geraldo Alckmin no segundo turno de 2006 e Dilma Rousseff bateu José Serra no segundo turno d 2010. 

As últimas tendências reveladas nesses três embates apontam para a perspectiva de mais um segundo turno em 2014. Serra joga com a hipótese e com a impressão de que Marina Silva não conseguirá praticamente as cerca de 800 mil assinaturas de eleitores constituindo o Rede. 

E o problema não se resume a esse total, existem frações mínimas por estado da Federação. Naqueles que como São Paulo, Minas e Rio de janeiro que possuem os maiores colégios eleitorais, as frações podem ser obtidas sem maiores problemas. Porém nos menores, recolher as quantidades mínimas exigidas é que é o problema.

De qualquer forma vale o esforço de Marina Silva e José Serra, sem o que a disputa no próximo ano perderia o interesse limitando-se a Dilma Rousseff e Aécio Neves, inclusive porque o governador Eduardo Campos, que subiu de 7 para 8 pontos no Datafolha, não vem revelando disposição em formar entre os candidatos. 

Tanto assim que o ex-presidente Lula manifestou interesse em conversar com ele em torno do quadro sucessório. 

Só poderá ser para reforçar a candidatura Rousseff, ou então formar a seu lado em alguma disputa da qual possa participar, ao Senado por São Paulo, para especular com um exemplo, uma vez que não se pode considerar a hipótese de Eduardo Campos substituir Michel Temer como candidato à vice-presidência pelo PMDB. 

Porque o PMDB acrescenta muito mais tempo que o PSB no espaço da televisão e uma estrutura partidária muito mais ampla, cobrindo todos os municípios do país. São dados importantes para manter o PMDB na coligação com o PT.

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