sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Lula acelera articulações e hoje deve lançar nome de Padilha ao governo de São Paulo

Lula/Padilha
Em discurso planejado para dar a largada à campanha estadual, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançará hoje a candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao governo de São Paulo. 

Diante das dificuldades previstas para formar alianças destinadas ao palanque de 2014, o PT decidiu acelerar o processo, contrariando orientação do Palácio do Planalto, que não quer ver o programa Mais Médicos contaminado pela disputa política.

Tucanos passaram a acusar o ministro Padilha de ser o responsável pelo "vazamento"" de informações do acordo de leniência da Siemens no Gade para prejudicar a reeleição do governador Geraldo Alckmin.

Lula abrirá o "Encontro do Interior", que reunirá prefeitos, senadores, deputados e militantes do PT até amanhã, em Bauru. O ex-presidente pretende defender Padilha das críticas recebidas de profissionais da saúde por causa do Mais Médicos e alfinetar os tucanos. 

"Você se meteu numa guerra", disse Lula a Padilha durante almoço, em São Paulo, no fim do mês passado. Na conversa, prometeu incluir o programa nos discursos que faz, estratégia também usada pela presidente Dilma Rousseff "A causa é justa", afirmou.

A candidatura de Padilha à sucessão de Alckmin foi definida em meados de junho, quando ele transferiu o domicílio eleitoral de Santarém (PA) para São Paulo. A ordem, porém, era não falar publicamente sobre o assunto, para que o ministro não virasse alvo da oposição antes da hora.

O "acordo" começou a ruir quando o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ao Estado, antes do anuncio do Mais Médicos que o candidato em São Paulo seria Padilha. "Você me pôs na fogueira", brincou o ministro da Saúde ao avistar Cardozo, na época também citado na lista dos pré-candidatos.

O presidente do PT paulista, deputado Edinho Silva, avalia que a "única chance" de enfrentar a "máquina do PSDB" é antecipar a mobilização por Padilha. 

"Não dá para o PT ficar paralisado por causa das tarefas do Ministério da Saúde, Cometemos esse erro em 2010, quando lançamos Mercadante em cima da hora", emendou, em referência ao ministro da Educação, que perdeu a eleição,

Padilha desconversa sobre a candidatura. "Quem quer fechar 2014 agora está fora da casinha", afirma o ministro. Lançado no mês passado para dar uma marca à saúde, antes do anúncio da entrada de Padilha no páreo, o Mais Médicos tem provocado fortes resistências da categoria. 

"Com o Prouni aconteceu a mesma coisa", diz o ministro, em alusão ao programa de bolsas em universidades para estudantes de baixa renda.

Em documento intitulado "Uma Agenda para São Paulo acompanhar o Desenvolvimento do Brasil", a ser aprovado no encontro, o PT afirma que "no plano estadual, os neoliberais ainda têm densidade eleitoral suficiente para manter-se no comando do governo paulista".

Estadão

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