segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Três poderes e muita discódia

Primeiro foram as manifestações estudantis nas ruas, agora substituídas, aqui e acolá, por grupos políticos ideológicos e profissionais. 

As batalhas das ruas foram motivo para os políticos retirarem o time de campo, ignorando a obrigatoriedade de votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) antes das férias. Parlamentares fizeram um recesso branco e ninguém ficou enrubescido por causa disso. 

Mas eles aproveitaram para tramar a vendeta contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Na volta aos trabalhos, cumpriram a ameaça. A temporada de discórdia, no entanto, não se atém ao Legislativo e ao Executivo. Chegou também ao Poder Judiciário.

Com a retomada do julgamento do processo do mensalão, com a análise dos embargos declaratórios, pouca gente prestou atenção nos votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os resultados viraram notícia de pé de página nos jornais. 

As manchetes foram dedicadas aos bate-bocas entre o presidente da mais alta corte de justiça do país, Joaquim Barbosa, e o colega Ricardo Lewandowski. É melhor deixar as firulas jurídicas para lá e apenas lamentar o ocorrido. 

Barbosa usou contra Lewandowski um termo forte: chicana, substantivo feminino. 1. Sutileza capciosa, em questões judiciais. 2. Ardil, astúcia, tramoia, conforme o dicionário Aurélio.

Na verdade, o pano de fundo não é a pena do ex-deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ), mas as futuras revisões das penas de caciques petistas como José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha, todos de São Paulo. 

O julgamento será retomado quarta-feira, pode esquentar de novo, mas os demais ministros tentam deitar água na fervura.

As atenções esta semana, portanto, estarão voltadas para os três poderes. Dilma tenta evitar novas derrotas no Congresso e tem encontro marcado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os integrantes do Supremo tentam evitar novos bate-bocas. A conferir nos próximos dias.

Baptista Chagas de Almeida

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