segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Qual das alternativas?

O que se pode esperar de uma disputa eleitoral em que todos os candidatos falam, mais ou menos, a mesma coisa? O que se pode esperar de uma disputa eleitoral em que os concorrentes lutam pelos mesmos aliados? O que se pode esperar de uma disputa eleitoral em que a diferença é temida pelo receio da rejeição?

É assim que a eleição presidencial de 2014 começa a se apresentar, o que, provavelmente, vai despertar no eleitorado uma grande apatia. Ninguém quer mais do mesmo, assim como ninguém pretende mudar um time que está vencendo. 

A novidade sempre é bem-vinda, mas parece ainda não ter sido descoberta pela candidata que tenta a reeleição, Dilma Rousseff, nem por seus adversários já colocados, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). A possibilidade de outros candidatos com viabilidade eleitoral é muito pequena, para não dizer nula.

Assim, é possível vislumbrar duas hipóteses. A primeira é a mais óbvia: é o reconhecimento de que o país caminha pela trilha certa, e os líderes políticos já estariam convencidos de que nenhuma mudança de rumo seria aconselhável. 

Uma outra hipótese seria a incapacidade de as atuais lideranças enxergarem alternativas para plataformas diferentes do que já está sendo proposto e com chance de conquistar o eleitor. Nesse caso, seria mais incompetência e comodismo do que falta de alternativas, e o país correria o risco de ficar prejudicado.

TRANQUILIDADE RELATIVA

É necessário pensar a situação na qual se encontra o país para tentar verificar qual dos dois cenários é mais real. O Brasil ainda vive uma situação financeira de relativa tranquilidade. A inflação está aí, mas longe de ser aquele dragão ameaçador das décadas de 70 e 80. O emprego sofre algumas quedas momentâneas, mas jamais, desde o período da redemocratização, o nível de empregabilidade foi tão alto. 

As condições sociais do país, embora ainda sejam precárias para uma grande parcela da sociedade, apresentam avanços impossíveis de ser ignorados. Uma nova classe social está sendo formada, com carteira assinada e capacidade de consumo. A miséria, em sua condição mais absoluta, tem sido reduzida. Os programas de transferência de renda realmente mostram resultados.

Diante desses dados, que não são novos, é possível concluir que o caminho está certo mesmo e, por isso, não haverá novidades. Pode ser mesmo, mas, se assim for, se torna urgente que os candidatos comecem a mostrar algumas soluções para que o país possa continuar caminhando. 

Como resolver o problema de falta de infraestrutura e logística? Como continuar alimentando o consumo interno sem implementação de novos investimentos e mais empregos? Como resolver questões como segurança e mobilidade social? Quem responder deve levar. 

Carla Kreefft (transcrito de O Tempo)

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