sábado, 1 de março de 2014

O bife do Roberto Carlos vale 240 milhões de reais. Fique sabendo como

Virou polêmica o anúncio no qual Roberto Carlos, suposto vegetariano, se converte a um belo naco de carne vermelha, com a etiqueta Friboi.

Até o cineasta Fernando Meirelles, vegan radical – e não por acaso eleitor da chatinha Marina Silva –, denuncia: o cara nem cortou o bife; comer, então, nem pensar.

Fernando Meirelles diz que falou com a turma que fez o comercial e que eles atestam que o Rei, ali, não deu a menor dica de que tenha mesmo deixado de ser o vegetariano que alardeava ser.

(Isso é uma besteira do talentoso Meirelles; nunca vi em comerciais, em produções de moda, em editoriais de revista, ninguém fazer uso do que anuncia. Publicidade é de mentirinha e Meirelles sabe disso).

Argumento que aceito é outro: que Roberto Carlos, faça o que fizer, diga o que disser, nunca vai passar a convicção de estar sendo sincero. Carisma, ele tem. Prestígio, claro que sim. Mas credibilidade, sei lá (deixo isso por conta do meu amigo Luís Lara, da Lew Lara, que é um craque e deve ter pesado muito antes de fazer o casting do bife).

Mas vamos aos números: Roberto Carlos não ganhou cachê pelo anúncio, como ganha, por exemplo, o Tony Ramos. A Friboi, via Lew Lara, acertou com ele um milionário projeto de promoção da marca. Valor: 240 milhões de reais.

Essa dinheirama inclui shows do Rei em 20 países que já são consumidores, ou podem ser, da marca Friboi.

Roberto Carlos empresta sua mística de Rei – e coloca à disposição todo seu repertório, muito além daquele “Eu Voltei...” – para promover a Friboi pelo mundo afora.

Façam aí as contas: vejam quanto custaria montar a logística de toda essa turnê, banda, tíquetes, hospedagem, produção, e calculem quanto pode chegar, limpinho, sem osso, nos bolsos do Rei. 30 milhões? 40? 50?

Heródoto Barbeiro me perguntou, no Jornal da Record News da sexta: Mas por que não o outro Rei, o Pelé? Eu não soube responder. Pelé, infelizmente, é um desastre de marketing.

De minha parte, pensando nessa história de que o acervo musical de Roberto vai estar todo a serviço da Friboi, só fico torcendo que acabe sobrando também para o Erasmo Carlos, parceiro de fé, um pedacinho do filé.

R7/Nirlando Beirao

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