O desembargador Flávio Humberto Pascarelli (foto), do Tribunal de Justiça do Amazonas, foi quem determinou à Secretaria de Inteligência que investigasse uma quadrilha que vendia facilidades para o recebimento de precatórios - dívida da Fazenda Pública com pessoas ou empresas – no Judiciário Amazonense. Fazem parte do esquema filhos desembargadores aposentados, parentes de uma juíza aposentada, advogados e agentes ligados ao Poder Executivo.
Uma assinatura falsificada em um documento completamente apócrifo (falso), com o nome do desembargador foi que levou o magistrado a determinar as investigações.
Pascarelli descobriu o esquema em maio de 2011, quando o missionário Júlio Alves Teixeira o procurou no Tribunal de Justiça, e em depoimento contou que em 2006 conheceu um homem chamado Raimundo Fernandes Cruz, que disse que conseguiria resolver a questão de processo que tramitava na Justiça.
Júlio disse que foi levado por Raimundo a uma casa na rua Luís Antony, onde foi apresentado a várias pessoas, entre elas a juíza Zardeck Lamaranje Brasil e os irmãos dela Maurício e Edmée e a um suposto advogado, Jamildo Guimarães e um jovem de nome Ricardo.
Depois de conversar com o grupo, disse ter sido convencido a passar uma procuração para Raimundo e o suposto advogado Jamildo, que em 60 dias resolveriam o pagamento de um precatório de R$ 25 milhões.
Mas depois de 90 dias, nada aconteceu e somente passado de um ano foi informado que o pagamento estaria no orçamento do Estado e que ele iria receber o dinheiro.
Júlio disse no depoimento que passados três anos, o procurador Raimundo Fernando lhe entregou cópia de um documento assinado pelo desembargador Flávio Pascarelli, que teria sido encaminhado ao procurador geral do Estado, onde constava o pedido de informações a respeito de planejamento e orçamento para pagamento.
O missionário afirmou que por várias vezes foi ao Banco do Brasil para tentar receber o precatório, mas não teve êxito e acabou desconfiando que tinha algo errado, depois de falar com o advogado do estabelecimento bancário.
Mandados na rua
Fontes informaram que a polícia já identificou os acusados de estarem aplicando o golpe usando o nome do desembargador Flávio Pascarelli.
A pedido da polícia, foram autorizadas escutas telefônicas, mas estranhamente os envolvido ficaram em silêncio por vários dias, o que despertou a atenção para o vazamento da informação e o envolvimento de pessoas ligadas ao Tribunal de Justiça.
Mesmo assim, com as informações prestadas pela vítima, a polícia conseguiu a expedição de mandados de prisões e de busca e apreensão que estão sendo cumpridos.
Pascarelli
Procurador pela reportagem do Portal do Holanda, o desembargador Flávio Pascarelli confirmou que denunciou o caso na Corregedoria do Tribunal de Justiça do Amazonas e pediu que a Secretaria de Inteligência investigasse o caso.
Pascarelli disse que a quadrilha sempre procura pessoas humildes para aplicar o golpe.
O desembargador acrescentou que hoje já sabe-se que existe funcionários do Poder Judiciário envolvidos com a quadrilha que atua pelos corredores do Tribunal de Justiça.
Fonte: Portal do Holanda
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