A Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha será a primeira mulher a presidir
o Tribunal Superior Eleitoral, em 67 anos de história da Corte.
Eleita pelo
plenário do TSE durante a sessão administrativa desta terça-feira (6), a
ministra agradeceu a confiança dos colegas e se comprometeu em cumprir o cargo
com “honestidade e absoluta dedicação” dando seqüência ao trabalho de todos os
presidentes anteriores com o compromisso de bem servir a República e os
cidadãos brasileiros. O ministro Marco Aurélio foi eleito para exercer a
vice-presidência.
Após anunciar o resultado da eleição, o atual presidente da Corte,
ministro Ricardo Lewandowski, parabenizou os ministros e desejou “muitas
felicidades pessoais e sucesso no desempenho desse honroso cargo”.
Em seguida, a presidente eleita lembrou que há 80 anos o Brasil passou a
permitir o voto feminino, quando, no dia 24 de fevereiro de 1932, pela primeira
vez, a mulher teve direito ao voto.
“Nós tínhamos uma população de 40 milhões de habitantes e tivemos, em
1934, quando a mulher votou pela primeira vez, 1,5 milhão de votos. Oitenta
anos depois, somos quase 52% dos eleitores brasileiros, a despeito de os cargos
de representação serem muito poucos exercidos por mulheres”, destacou.
Para a ministra, isso significa dizer que “o quadro da cidadania
brasileira mudou e que a participação das mulheres mudou, a despeito de ser
ainda muito pequena considerando o total de cidadãs e cidadãos”. No entanto,
ela afirmou que “democracia se faz com uma construção permanente e o que todos
nós brasileiros queremos é construir juntos um Brasil que seja verdadeiramente
democrático e que garanta a todos não apenas a cidadania, mas uma condição
digna para cada ser humano”.
A solenidade de posse deve ocorrer na última semana de abril, pouco
depois de a ministra completar 58 anos de idade (em 19/4). Ela assume a
presidência para o biênio 2012/2014 e já inicia a gestão com o desafio de
conduzir o processo eleitoral no Brasil, neste ano em que serão eleitos
prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em mais de 5,5 mil municípios. E se,
normalmente, em ano de eleição o trabalho realizado pelo Tribunal Superior
Eleitoral costuma ser dobrado, com a aplicação da Lei da Ficha Limpa as
demandas devem ser ainda maiores.
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