Juntos, nas fartas tetas do Governo Federal, estão muitos dos protagonistas daquela campanha: os candidatos Collor, Afif, Lula e Maluf, o então presidente Sarney, o PDT de Brizola, o PMDB de Ulysses, parte do PFL de Aureliano, ex-adversários inconciliáveis, hoje unidos.
O poder, o poder! Como o poder transforma ódios eternos em ternura!
E como é que Guilherme Afif transformou sua opinião sobre Dilma, Lula e o PT a ponto de servi-los como ministro? Explica o próprio Afif que é servidor de Governo, não de partido. Como servidor de Governo, quer ocupar o máximo de espaço.
Ministro de Dilma, vice-governador de São Paulo, tudo ao mesmo tempo. E se o governador Alckmin se licenciar, ele assume? Depende: num dia, disse que não, que bastaria Alckmin avisá-lo antes para que saísse do país e o presidente da Assembleia ocupasse o cargo; no outro dia, disse que poderia ser exonerado do Ministério, assumir o Governo e, terminada a licença do titular, voltar a Brasília e ser nomeado de novo. Sua agenda pessoal passa a comandar o país.
Triste – porque Afif tem preparo, competência e – até agora – coerência. Triste – porque agora diz que suas críticas a Dilma eram “retórica de campanha”. Ou seja, o que ele diz não se escreve. Aliás, não se escreve sequer o que ele escreve.
Boa notícia
Nunca dantes na história fato igual havia acontecido: a médica Ruth Nussenzweig, 85 anos, professora na Universidade de Nova York, é a primeira mulher cientista brasileira escolhida para integrar a Academia Nacional de Ciências dos EUA, instituição com 150 anos de trabalho. Ruth Nussenzweig e seu marido, Vitor, estão entre os maiores pesquisadores mundiais da malária.
O filho de Ruth e Vitor, Michel Nussenzweig, da Universidade Rockefeller, também faz parte da Academia. Ruth é tia do jornalista Hélio Schwartsman, da Folha de S.Paulo.
Carlos Brickmann
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