sexta-feira, 7 de junho de 2013

Em meio a crise, presidente da Funai deixa o cargo

Marta Azevedo, que deixa a Fundação
 Nacional do Índio (Funai) (ABr)
A presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Azevedo, deixou o cargo nesta sexta-feira em meio à tensão com os movimentos indígenas. Oficialmente, ela pediu para deixar o cargo por razões de saúde. 

Maria Assirati, diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, vai ocupar a presidência do órgão interinamente.

A troca no comando da Funai ocorre no momento em que o governo tenta resolver duas crises simultâneas envolvendo indígenas: no Pará, os mundurukus protestam contra a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu. 

Eles ocuparam o canteiro de obras por duas vezes nos últimos dias. Na terça-feira, uma comitiva de 140 indígenas foi a Brasília, em avião da Força Aérea, para participar de uma reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Marta Azevedo estava presente.

Nesta quinta-feira, Carvalho e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, receberam outra comitiva de indígenas para uma rodada de negociações. Desta vez, os terena, de Mato Grosso do Sul, é que pediam uma solução para o conflito fundiário na região de Sidrolândia (MS). 

O cumprimento de um mandado de reintegração de posse concedida pela Justiça a fazendeiros terminou com a morte de um indígena, há uma semana. Os terenas continuam ocupando uma área que, para o Judiciário, é de direito dos fazendeiros. Os indígenas alegam que o território é deles por direito.

Na reunião desta quinta, o governo se comprometeu a criar um fórum multilateral para resolver o problema.

Nota oficial

A Funai divulgou nota na qual afirma que Marta realizará um tratamento médico "que é incompatível com a agenda de presidenta". 

Segundo a nota, as políticas do órgão terão continuidade apesar da troca: "Maria Augusta e os demais diretores darão continuidade à missão da instituição na promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas, com o compromisso de fortalecimento da Funai, mantendo o amplo diálogo com os povos indígenas, servidores e demais setores do governo".

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