sábado, 15 de junho de 2013

'O Brasil chega bem', diz Felipão, tranquilo, sobre a estreia

No primeiro compromisso oficial da seleção na Copa das Confederações - a entrevista coletiva obrigatória com o treinador da equipe na véspera do jogo -, o técnico Luiz Felipe Scolari atrasou 24 minutos, algo incomum nos eventos organizados pela Fifa. 

Coisa de quem já é experiente e não fica mais tão apreensivo com a estreia num grande torneio. "A ansiedade já não é mais a mesma de antigamente", contou Felipão, que mostrou-se tranquilo com a situação da equipe um dia antes de abrir a competição, no sábado, contra o Japão, em Brasília. 

"O Brasil chega bem. Estou satisfeito. Tenho visto um ambiente bom. Há cobrança entre os próprios jogadores por uma melhora acentuada, que eu acho que vem acontecendo."

 Apesar da calma exibida durante a entrevista, o técnico, que confirmou a manutenção da equipe titular na estreia - o time será o mesmo que enfrentou a França em Porto Alegre - reconheceu a pressão para que o time saia vitorioso no primeiro jogo do torneio, principalmente para não despertar desconfiança ainda maior do torcedor. 

"É horrível jogar o primeiro jogo em casa e perder. O ambiente fica difícil de a gente administrar. É uma situação que não se deve passar", avisou.

Na avaliação dele, "jogar em casa é diferente em alguns aspectos, mas no fim a história é a mesma, tem que ganhar". Felipão se mostrou ansioso de verdade apenas por uma coisa: a conquista do apoio do público brasileiro na competição. 

"Precisamos fazer com que o torcedor participe desde o início e seja mais um jogador a nosso favor", ensina. "É importante o torcedor estar conosco. Mas para que isso aconteça, nós temos que jogar bem, é claro." O técnico não gostou dos questionamentos sobre a perda de prestígio da seleção, garantindo que o status da equipe continua o mesmo no exterior. 

"Se não temos respeito, é aqui dentro do Brasil. Todos que vêm lá de fora nos respeitam, e muito." Scolari admitiu que o Brasil ainda não é "uma equipe completa", até pela baixa rodagem de boa parte do time. "Temos hoje só três ou quatro jogadores remanescentes da equipe que foi à Copa de 2010", lembrou. 

Mas nem por isso o técnico quis afastar a responsabilidade de seu time dentro da Copa das Confederações. "Somos uma grande seleção e uma das equipes que têm condições de conquistar o título."


Aos adversários, Felipão reservou muitos elogios. "O Japão é o primeiro país já classificado para o Mundial de 2014. Se é o primeiro, alguma qualidade deve ter, correto?" E depois de reclamar da retranca dos franceses no jogo da semana passada, em Porto Alegre, o técnico apostou num oponente mais aberto no sábado. "O Japão vai atuar marcando, é claro, mas vai jogar bem mais à frente do que os nossos últimos adversários", apostou. 

Depois da entrevista coletiva, Felipão comandou o treino de reconhecimento do gramado do Estádio Nacional Mané Garrincha - uma movimentação leve, com ênfase na prática de jogadas pelo alto (a seleção japonesa tem poucos atletas de alta estatura). 

Depois, ensaiou a movimentação ofensiva dos titulares, acompanhando de perto a armação das jogadas e orientando principalmente os volantes e meias. O técnico contou, aliás, que já está numa fase da preparação em que gasta mais tempo falando com os atletas que precisam de mais atenção para render o máximo. 

"As conversas com eles ficam mais frequentes, a gente começa uma aproximação maior", explicou. E uma das preocupações, mais uma vez, foi aliviar a cobrança sobre Neymar. "Ele é igual aos outros, não é diferente. E quanto mais ele entender isso e quanto mais for um jogador de equipe, melhor ele vai ser. Ele tem feito tudo com boa vontade e muita dedicação. E sozinho ele não vai ganhar."

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