quarta-feira, 17 de julho de 2013

86 deputados federais são favoráveis à espionagem dos EUA contra o Brasil

Seria cômico, caso não fosse trágico. Porém é mesmo verdade. Oitenta e seis (86) deputados federais votaram contra a moção de repúdio à espionagem estadunidense de cidadãos, empresas e instituições brasileiras, apresentada pelo deputado José Guimarães (PT). 

As principais lideranças tucanas na Câmara se abstiveram na votação.

Os votos contrários à moção foram registrados por deputados dos partidos considerados “de direita”, pertencentes as bancadas evangélica e ruralista como aponta o mapeamento da votação realizado pela revista Diálogos do Sul.

Em números percentuais os partidos que mais favoráveis à continuidade das ações de espionagem dos Estados Unidos contra o Brasil foram o DEM – 20 dos 23 deputados, o PSD – também 20 dos 32 deputados, o PP – 17 dos 24 deputados e o PSC – 8 de 10 deputados. 

Merece registro que 14 deputados do PMDB votaram contra a moção, o que representa cerca de 20% da bancada do partido na Câmara dos Deputados.

Finalmente merece registro que expressivas lideranças do PSDB, tais como Mendes Thame, Duarte Nogueira, Eduardo Azeredo, Antonio Imbassahi, Jutahi Junior e Nelson Marchezan Júnior votaram pela abstenção. 

Tal fato reforça as denúncias de que desde o Governo FHC empresas e o próprio governo brasileiro colaboram com as autoridades e práticas imperialistas dos Estados Unidos. Confira abaixo o texto da

MOÇÃO DE REPÚDIO

Nós, parlamentares da Câmara dos Deputados da República Federativa do Brasil, MANIFESTAMOS:

O nosso repúdio à espionagem e o monitoramento de bilhões de e-mails, telefonemas e dados de empresas e cidadãos brasileiros, bem como do governo do Brasil, supostamente realizados por agências de inteligência dos Estados Unidos da América, que violam direitos de empresas e cidadãos brasileiros e atentam contra a soberania nacional.

Ao mesmo tempo, externamos o nosso apoio às iniciativas do Estado brasileiro, que pretende levar este grave caso à consideração da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Internacional das Telecomunicações (UIT).

Declaramos, ademais, nossa concordância com as iniciativas destinadas a criar uma agência multilateral, no âmbito do sistema das Nações Unidas, para gerir e regulamentar a rede mundial de computadores, poderoso instrumento de uso compartilhado da humanidade.

Por último, externamos a nossa apreensão com a segurança do cidadão estadunidense Edward Snowden, que está refugiado, há dias, no aeroporto de Moscou.

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