quarta-feira, 24 de julho de 2013

Em alta, Eduardo Campos só tem uma saída: ser candidato

Eduardo Campos
Nada melhor para um político do que estar em alta quando a maioria à sua volta sofre de baixa popularidade. Nessas condições, ele se distingue e aumenta seu próprio cacife para experimentar voos maiores. 

É o que está acontecendo neste momento com o governador em segundo mandato de Pernambuco, Eduardo Campos. 

Na esteira das manifestações estudantis que varreram o País no mês passado, quando a classe política foi rechaçada como um todo, ele saboreia uma pequisa nacional da Confederação Nacional da Indústria na qual emerge como o governador mais popular.

Com um índice de 59% de conceitos ótimo e bom, Campos, que também é presidente do PSB, vai encontrando, com números desse porte, as condições naturais para seguir sua trajetória. Ele foi reeleito em primeiro turno, em 2010, e, agora, começa a deixar a discrição de lado para preparar seu voo presidencial para 2014. 

Campos não tem outra alternativa. É o que seu partido deseja, contando com ele como puxador nacional de votos. É o que ele parece estar em ótimas condições para realizar, exatamente por apresentar diferenças em relação aos demais presidenciáveis: fala pouco, o que o protege de errar muito, está numa legenda considerada de esquerda, que o blinda da pecha de conservador, tem um passado limpo e uma obra para mostrar. Não é pouco.

Sem escândalos para explicar e com realizações que se refletem na economia de Pernambuco, a de maior expansão entre os Estados do Nordeste nos últimos anos, Campos pode exibir como sua a espetacular ampliação do porto de Suape e extrair dividendos de ações de resultado contra a histórica seca de sua região.

Com essa bagagem, o governador já começa a se movimentar com mais ênfase na montagem de palanques para sua candidatura nos Estados estratégicos. Em Minas, ele acabou de pilotar a substituição do comando local da legenda de modo a aumentar a segurança do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, em concorrer ao governo. 

Em São Paulo, onde ainda é considerado pouco conhecido, aumenta o número de visitas e firma uma aliança com a central Força Sindical, que tem boa estrutura e a marca de ser uma entidade anti-PT.

No início do ano, muitos petistas se irritaram com algumas críticas de Campos ao governo da presidente Dilma Rousseff, procurando enquadrá-lo. Aliado de primeira hora do ex-presidente Lula, Campos não se dobrou às pressões, mas recuou seu time, fugindo das primeiras páginas do noticiário político. 

Daqui para a frente, porém, dadas as novas condições – da rejeição ao PT nas manifestações de rua ao apoio que ele próprio recebeu na pesquisa da CNI --, se verá um Campos mais crítico, posicionando-se mais pontualmente sobre os grandes temas nacionais

A alta aprovação de suas duas gestões também conferem a Campos uma nova autoridade em suas costumeiras conversas com o tucano Aécio Neves, presidente do PSB. 

Com ele, poderá fechar um acordo de não agressão para a disputa em primeiro turno, em troca de uma aliança aberta na hipótese de um deles alcançar o segundo turno. Ambos, nesse caso, seriam parceiros de primeira hora nas críticas ao governo do PT. 

Uma tarefa que, para Campos será tanto mais fácil se se confirmar a ausência do ex-presidente Lula na disputa. O governador, afinal, sempre deixou claro que sua lealdade ao ex-presidente não se transformou em apoio irrevogável à presidente Dilma. Para enfrentá-la, o governador estará, como se diz, a cavaleiro.

Um comentário:

Osorio Pacheco disse...

Esse artigo é um proselitismo a candidatura do Eduardo Campos, as ultimas pesquisas indicam um declínio de Dilma, entretanto o Eduardo Campos aparece sempre em último lugar.
Marina, Joaquim Barbosa, Aécio e Serra estão em todos os cenários melhores que o Eduardo Campos.
Enquanto Dilma tem 16%Eduardo tem 1¢, na estimulada enquanto Dilma tem 30%Campos tem 5%.
Quem tem se destacado é Marina Silva.