quinta-feira, 18 de julho de 2013

Estádios: Tudo pronto para inquérito começar

Deputado Izalci Lucas
Foi dado ontem o primeiro passo para a temida Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Copa do Mundo (CPMI da Copa) instalar-se no Congresso. 

No último dia antes do recesso branco dos parlamentares, amparado com 192 assinaturas de deputados federais e outras 28 de senadores, o deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) protocolou na Secretaria-Geral da Mesa do Congresso o pedido, que deve ser lido no dia 20 de agosto, no primeiro encontro das duas Casas após o recesso.

De acordo com Izalci, o objetivo da comissão é levantar possíveis irregularidades, especialmente na construção dos estádios para a Copa do Mundo.

Orçamentos conflitantes

“Vamos pegar como base o estádio do Grêmio, que com 67 mil lugares custou apenas R$ 600 milhões, enquanto outros, onde se faria apenas uma reforma, o valor ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão”, justificou o deputado, que aponta irregularidades ao utilizar a verba.

“O governo federal afirmou que não empregaria verba federal nos estádios, mas há alguns dias o Mato Grosso pegou R$ 120 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para que seja investido no estádio. Além disso, os recursos do BNDES disponibiliza recursos públicos”, argumenta Izalci, que completa: “Tanto as empresas de materiais quanto a Fifa receberam isenção de impostos. Elas estão lucrando e o governo não está recolhendo esses impostos”.

Infraestrutura

Os recursos para obras de infraestrutura também serão pauta da CPMI. Para o deputado, os recursos disponibilizados pelo governo deveriam garantir que essas obras fossem entregues ainda para a Copa do Mundo, mas a maioria das cidades não deverá concluí-las a tempo. 

“O que é para ser legado deveria ser entregue até a Copa, mas muitas obras sequer foram iniciadas e não ficarão prontas. Que legado é esse que só será iniciado ou entregue depois que os jogos acabarem?”, questionou Izalci.

Governo ainda pressiona para retirar apoios

Mesmo com base ampla no Congresso l, o Governo Federal acabou sendo atingido pelos próprios aliados, que assinaram o requerimento. Segundo Izalci, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), o avisou que o Planalto estaria ameaçando aliados para que não aderissem a CPMI da Copa. 

“O Garotinho me ligou e disse que o governo estava ligando e ameaçando com perda de cargos os parlamentares, mas duvido que alguém retire a assinatura”, contou. 

Pressão das ruas

Para ele, a pressão das ruas e a força das redes sociais inibirão qualquer tentativa de retirada de assinatura, durante e depois do recesso branco. 

“Há uma boa vontade para instalar a CPMI. Ninguém foi forçado a assinar. Ao contrário, a maioria dos parlamentares que me procuraram. Com tudo em tempo real na internet, eu dúvido que alguém retire a assinatura, já que a população está em cima e, nas ruas, pediu pela CPMI da Copa”, declara. 

Como não se utilizaram recursos federais na construção, para que seja possível investigar os gastos do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, será necessário um requerimento especial, em separado. O custo do Mané estava estimado em R$ 700 milhões, mas segundo o Tribunal de Contas do DF deverá ultrapassar os R$ 1,7 bilhão.

Clica Brasília

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