quinta-feira, 18 de julho de 2013

Sem esconder o receio de mais um fracasso, deputados do grupo da reforma política criado pela Câmara defenderam ontem que as novas regras sejam aprovadas antes do prazo de 90 dias, mas que sejam válidas só para as eleições de 2018. 

Para os deputados, no entanto, é possível aprovar mudanças pontuais nas regras eleitorais em agosto deste ano, para valer para a eleição de 2014.

Na primeira reunião do grupo realizada ontem, um dos novos alvos foram os marqueteiros das campanhas eleitorais. Para os representantes dos dois maiores partidos, PT e PMDB, é preciso reduzir custos eleitorais, e uma alternativa seria simplificar os programas eleitorais.

- Hoje, as campanhas são caras e há relação pouco republicana entre financiadores e candidatos. O ideal será o fim dos marqueteiros na campanha da TV. Há abuso, marqueteiros transformam candidatos em artistas, cobram preços exorbitantes. Se só aparecesse o candidato, reduziríamos o marqueteiro a zero - criticou o deputado Marcelo de Castro (PMDB-PI).

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) endossou a tese e, além dos marqueteiros, sugeriu acabar com cabos eleitorais.

- A ideia é que a campanha de TV seja feita sem marqueteiros, perca adereços, imagens externas, recursos gráficos, que mais parecem um filme de (Francis Ford) Coppola, prevalecendo as ideias, sem edição. E também o fim dos cabos eleitorais. A contratação de cabos eleitorais namora com a compra de votos - disse Berzoini, justificando que o PT faz isso porque todos fazem.

Coordenador do grupo da reforma política, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) apresentou um cronograma de trabalhos. No dia 22 de agosto ele quer fechar o conteúdo da reforma política a ser votada.

- No meu ponto de vista, qualquer decisão aqui (sobre reforma política) não vai valer para 2014, mas, sim, 2018 - afirmou Vaccarezza.

Para Vaccarezza, na reforma eleitoral já para 2014 poderão ser incluídos pontos importantes, como a proposta de criação de um teto de gastos para campanhas eleitorais, defendido ontem pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ); e a regulamentação da pré-campanha, com liberação total na internet.

O Globo

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