terça-feira, 16 de julho de 2013

Volta, Dilma

Durante a semana passada, o que era boato passou a soar como alarme. As notícias circularam em off, entretanto as fontes e os detalhes, além das mudanças repentinas de atitude, permitem dar crédito a que o ex-presidente Lula só tem remotas possibilidades de voltar à vida normal, quanto mais de se candidatar.

O núcleo duro do PT, composto pelos “fiéis”, passou os últimos dias num baixo astral sem precedentes, com falas lacônicas: “Lula não pode ser candidato em 2014, suas condições físicas e o risco de reincidência do tumor na laringe limitam suas possibilidades de fala e de vida normal”. 

Daí a prescrição médica de ficar quieto, já que sua sobrevida está fortemente ameaçada.

Durante a semana, fontes médicas próximas do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, questionadas sobre o estado do ex-presidente, não confirmaram, mas também não desmentiram o quadro crítico do paciente.

Os mais ardorosos apoiadores do “Volta, Lula” teriam sido informados diretamente por Zé Dirceu, Gilberto Carvalho e Ruy Falcão de que “não existe a possibilidade de volta”.

Ainda foi pedido enfaticamente que parassem com atividades conspiratórias que desgastam Dilma visando deixar o caminho livre para a volta de seu inventor e padrinho.

Será ela a candidata presidencial até que consiga manter uma gota de sustentabilidade nas veias. Não existe no momento outro nome no partido que possa gerar consenso, nem haveria tempo de se construí-lo, ainda mais sem a intervenção ativa do messiânico Lula, nesse momento colocado à dura prova pela doença.

MARQUETEIRO

Dilma é a única via do PT. Ponto final. E, como disse o marqueteiro João Santana, até dezembro ela pode recompor seus índices de popularidade. Quer dizer que o partido e os aliados deverão se engajar na restauração do brilho que se apagou recentemente.

Um sinal já veio da greve geral do dia 11 de julho organizada pelos sindicatos da base do governo. Bateram em tudo, mas deixaram a presidente fora das críticas, apesar de ser ela a pessoa mais “responsabilizada” pelas contestações de junho, já que, num governo presidencialista, não há como se dissociar a crise da saúde, da educação e da infraestrutura sem colocar a presidente no meio da roda.

Numa conjuntura marcada por recessão, por inflação, por um profundo descontentamento com o trato da corrupção, pelos gastos públicos, pela Petrobras em queda, pela inversão de prioridades na aplicação da pesada arrecadação, ainda promovendo um festival de obras faraônicas e inúteis, Dilma dá sinais de fadiga, o lulopetismo também, mas a ordem é recompor fileiras.

Vittorio Medioli

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