Carlos Leréia |
Com o apoio do PT e de partidos da base do governo, o Conselho de Ética, por 12 votos a 3, salvou o mandato do deputado Carlos Leréia (PSDB-GO), acusado de envolvimento com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O relator do processo, Ronaldo Benedett (PMDB-SC), votou pela cassação do mandato de Leréia, acusado de receber dinheiro do bicheiro, de quem é amigo.
Também amigo de Leréia, o deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ) fez piada ao votar:
- É, Leréia, chegou o momento em que vou te trair (e riu). Voto não ao relatório (contra a cassação) - disse Nercessian.
Leréia, presente na reunião, fez um apelo aos deputados:
- Vamos votar logo. Pelo amor de Deus! Esse assunto está prejudicando a mim e a minha família.
O deputado Sibá Machado (PT-AC) defendeu Leréia e disse que falava em nome do PT.
Já os deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara decidiram cassar o mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), condenado e cumprindo pena no Presídio da Papuda, em Brasília.
Mas, por 39 votos a 16, os integrantes da CCJ decidiram que a cassação precisa passar pelo plenário da Câmara.
O voto em separado do deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), que previa que a perda de mandato fosse apenas declarada por um ato da Mesa da Câmara, foi derrotado. Prevaleceu o relatório do deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), que transfere para o plenário a palavra final sobre o mandato de Donadon. A votação no plenário é secreta.
- Imagine a situação absurda, caso o plenário, em voto secreto, não casse o mandato de um deputado que está preso e condenado a 13 anos de cadeia. Se valer para um deputado condenado e preso, em regime fechado, imagine para aqueles que têm condenação em regimes aberto e semiaberto, como os casos do mensalão - disse Jutahy.
Donadon foi condenado por desvio de verbas da Assembleia Legislativa de Rondônia entre 1995 e 1998. Segundo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ele desviou R$ 8,4 milhões em valores da época, que, atualizados, chegam a R$ 58 milhões.
Donadon foi responsabilizado por simular a execução de serviços a partir de um contrato de publicidade quando era diretor administrativo da Assembleia Legislativa de Rondônia.
O Globo
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