segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Pesquisa mostra que prestígio de quase todos os governadores está em forte queda

Em quatro anos, o prestígio dos governadores perante seus eleitores sofreu uma queda sensível. É o que se deduz da comparação entre duas pesquisas Ibope de avaliação dos 27 chefes de Executivo estadual, uma de feita no segundo semestre de 2010 e a outra, em dezembro passado. 

A redução no saldo positivo médio foi de 25 pontos percentuais. Para especialistas ouvidos pela reportagem, o resultado demonstra que o brasileiro está mais atento e mais consciente para avaliar seus mandatários.

A pesquisa realizada entre novembro e dezembro de 2013, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou que, na média, 33% dos brasileiros acham seus governadores bons ou ótimos. Outros 29% consideraram seus eleitos ruins ou péssimos. Subtraindo os dois resultados, os governadores tiveram um saldo positivo médio de quatro pontos percentuais.

Já na sondagem feita em 2010, a avaliação favorável era amplamente superior, já que 46% dos 15.414 entrevistados consideravam os governadores bons ou ótimos. Em contrapartida, somente 17% achavam as gestões regionais péssima ou ruim, o que garantiu um saldo positivo de 29 pontos.

Para o cientista político Gilberto Damasceno, o brasileiro está desenvolvendo, de forma generalizada, sua percepção da coisa pública e de como ela deve ser administrada. Assim, a avaliação dos governantes é mais criteriosa.

Damasceno avalia que as manifestações de junho do ano passado contribuíram para a perda de popularidade, mas destaca que os atos fazem parte do mesmo contexto político. “As manifestações deram impulso à rejeição, mas os protestos também são produtos da conscientização.”

Já o cientista político Rudá Ricci entende que o aumento da avaliação negativa representa a “frustração” da sociedade com os políticos. “As manifestações de junho revelaram que os políticos não realizaram o que se esperava deles. A consequência aparece quantificada nas pesquisas”, afirmou, dizendo que nem as pessoas filiadas aos partidos confiam na política.

Julgamento Eleitoral. 

Governadores de 11 Estados chegam ao último ano de mandato com ações na Justiça que não serão julgadas em 2014. A princípio, os casos seriam julgados no TSE, mas voltaram aos TREs.

Guilherme Reis
O Tempo

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