segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Entrevista de Tuma Jr. sobre os podres do governo Lula será hoje à noite, às 22 horas no programa Roda Viva da TC Cultura

A TV Cultura está bombando as chamadas para o Roda Viva desta segunda-feira, às 22 horas, em que o entrevistado será Romeu Tuma Junior, secretário nacional de Justiça do governo Lula entre 2007 e 2010, autor do livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, publicado pela Editora Topbooks (557 págs., R$ 69.90).

O livro resultou de um depoimento prestado ao longo de dois anos ao jornalista Cláudio Tognolli. E Tuma Júnior diz possuir documentos que provam suas denúncias e quer prestar depoimento ao Congresso.

Em recente entrevista à revista Veja, Tuma Jr. disse que, durante todo o tempo em que esteve na Secretaria Nacional de Justiça, recebeu ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo.

“0 PT do Lula age assim. Persegue seus inimigos da maneira mais sórdida. Mas sempre me recusei. (…) Havia uma fábrica de dossiês no governo. Sempre refutei essa prática e mandei apurar a origem de todos os dossiês fajutos que chegaram até mim. Por causa disso, virei vítima dessa mesma máquina de difamação. Assassinaram minha reputação. Mas eu sempre digo: não se vira uma página em branco na vida. Meu bem mais valioso é a minha honra”, afirmou.

DIRETO DO PLANALTO

O autor do livro-bomba já disse também que as ordens para atacar os adversários do PT vinham direto do Palácio do Planalto, da Casa Civil, do próprio Ministério da Justiça…

“No livro, conto tudo isso em detalhes, com nomes, datas e documentos. Recebi dossiês de parlamentares, de ministros e assessores petistas que hoje são figuras importantes no atual governo. Conto isso para revelar o motivo de terem me tirado da função, por meio de ataque cerrado a minha reputação, o que foi feito de forma sórdida. Tudo apenas porque não concordei com o modus operandi petista e mandei apurar o que de irregular e ilegal encontrei”, assinalou.

Segundo Tuma Jr., o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, autarquia vinculada ao Ministério da Justiça) era um dos instrumentos da fábrica de dossiês.

“Conto isso no livro em detalhes. Desde 2008, o PT queria que eu vazasse os documentos enviados pela Suíça para atingir os tucanos na eleição municipal. O ministro da Justiça, Tarso Genro, me pressionava pessoalmente para deixar isso vazar para a imprensa. Deputados petistas também queriam ver os dados na mídia. Não dei os nomes no livro porque quero ver se eles vão ter coragem de negar”, acrescentou.

CASO CELSO DANIEL

No livro, Tuma Jr. é incisivo também quando aborda do caso Celso Daniel. Diz que militantes do PT estão envolvidos no assassinato do prefeito de Santo Andre, que na época era um dos mais importantes políticos do PT.

“Aquilo foi um crime de encomenda. Não tenho nenhuma dúvida. Os empresários que pagavam propina ao PT em Santo André não queriam matar, mas assumiram claramente esse risco. Era para ser um sequestro, mas virou homicídio.

Além disso, no livro, Tuma Jr. também diz no livro que descobriu a conta do mensalão nas Ilhas Cayman, mas o governo e a Polícia Federal não quiseram investigar.

“Quando entrei no DRCI, encontrei engavetado um pedido de cooperação internacional do governo brasileiro às Ilhas Cayman para apurar a existência de uma conta do José Dirceu no Caribe. Nesse pedido, o governo solicitava informações sobre a conta não para investigar o mensalão, mas para provar que o Dirceu tinha sido vítima de calúnia, porque a Veja tinha publicado uma lista do Daniel Dantas com contas dos petistas no exterior. O que o governo não esperava é que Cayman respondesse confirmando a possibilidade de existência da conta. Quer dizer: a autoridade de Cayman fala que está disposta a cooperar e aí o governo brasileiro recua? É um absurdo.

LULA INFORMANTE

Tuma Jr. também afirma no livro que o ex-presidente Lula foi informante da ditadura.

“Quero deixar isso bem claro. O que conto no livro é o que vivi no Dops. Eu era investigador subordinado ao meu pai e vivi tudo isso. Eu e o Lula vivemos juntos esse momento. Ninguém me contou. Eu vi o Lula dormir no sofá da sala do meu pai. Presenciei tudo. Conto esses fatos agora até para demonstrar que a confiança que o presidente tinha em mim no governo, quando me nomeou secretário nacional de Justiça, não vinha do nada. Era de muito tempo. O Lula era informante do meu pai no Dops”, afirmou, acrescentando: “Não excluo a possibilidade de algum relatório do Dops da época registrar informações atribuídas a um certo informante de codinome Barba”.

Bem, hoje à noite tem mais declarações bombásticas de Tuma Jr. Veremos o que os petistas dirão amanhã.

Carlos Newton

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