A invasão de um grupo de manifestantes levou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputado Décio Lima (PT-SC), a suspender nesta terça-feira (3) as atividades da comissão por falta de segurança.
Os manifestantes são sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) que protestavam contra a possível votação do projeto que permite às empresas terceirizar funcionários.
Os manifestantes que invadiram o plenário da comissão faziam parte de um grupo de 40 sindicalistas que tinham sido autorizados pela polícia legislativa a ingressar no prédio da Câmara. Outras dezenas de sindicalistas foram barradas do lado de fora do prédio da Câmara pelos seguranças.
Na tentativa de se impedir o acesso dos sindicalistas, um conflito chegou a ocorrer, e policiais tiveram de utilizar spray de pimenta para conter os manifestantes.
Segundo o diretor da Polícia Legislativa, Paulo Marques, o grupo que invadiu o colegiado estava do lado de fora do plenário aguardando autorização para acompanhar a sessão.
No entanto, informou o diretor, eles decidiram forçar passagem frente aos seguranças, que não conseguiram conter os sindicalistas.
No momento da invasão, alguns parlamentares deixaram o recinto às pressas. Diante da confusão, Décio Lima decretou o fim da sessão.
“Visivelmente, as pessoas estavam no limite da passionalidade. Eu tinha de garantir a integridade física”, justificou o petista.
O presidente da CCJ afirmou que não pretende colocar o projeto da terceirização em pauta até que se construa um acordo com as centrais sindicais.
Décio Lima, porém, ressaltou que se algum dos integrantes do colegiado apresentar um requerimento sugerindo a inclusão da proposta na pauta ele terá de submeter ao plenário.
“Por determinação deste presidente, não pautarei, a não ser que reúna condições de acordo com os trabalhadores. Mas existe a possibilidade de inclusão de requerimento extra pauta”, disse.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a invasão do plenário foi consequência da suposta violência utilizada pelos policiais para impedir a entrada dos sindicalistas no Legislativo.
Freitas reclamou que, além do spray de pimenta, os policiais teriam utilizado cassetetes para reprimir a manifestação.
“A violência não ajuda. Aqui só tem trabalhador. Utilizar gás de pimenta e cassetete é lamentável. Quero registrar o protesto da CUT contra a truculência que gera truculência. Mas, para nós, foi uma vitória. A CCJ cancelou a votação. Queremos que seja arquivado. O projeto é nocivo para os trabalhadores”, ponderou.
O diretor da Polícia Legislativa nega que os policiais tenham usado cassetetes contra os manifestantes. Marques relatou que durante o tumulto um policial foi atingido por uma pedra e teve de ser socorrido pelo departamento médicos da Casa.
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